O tempo de angústia

Apesar dos tempos tormentosos nos quais vivemos, a humanidade se volta para as suas realizações, à procura de dias melhores. É a busca quase desesperada por alguma possibilidade, mesmo a mais remota, que favoreça a esperança de um mundo melhor. É a busca de um mundo com direitos sem deveres; um mundo de graça sem justiça; um mundo de homens felizes, mas sem religião, nem sábados, nem Deus.

Esta é a busca de um milênio de paz e prosperidade, de abundância de felicidade, de vitórias fáceis. Um milênio em que a terra será renovada pelo próprio homem, onde ele viverá sem temor e sem Deus. A paz procurada é a paz dos prognosticadores, quando dizem: “paz, paz, quando não há paz” (Jeremias 8:11); não a paz dos profetas, sobre a qual se referiu Jesus: “deixo-vos a paz.” João 14:27.

Antes, porém, de vivermos plenamente nesta paz prometida por Jesus, “uma grande crise aguarda o povo de Deus.”

“Terríveis provas e aflições aguardam o povo de Deus.” – Testimonies 9, 17. “Vem uma tempestade implacável em sua fúria. Estamos preparados para enfrentá-la?” – Testimonies 8, 315.

O profeta João, no livro de Apocalipse adverte que, preparados ou não, teremos de enfrentá-la, e teremos de vencê-la, pois:

  • Só os vencedores receberão “a coroa da vida” e não sofrerão o “dano da segunda morte” (Ap 2:l0-11);
  • Só os vencedores comerão do “maná escondido” e receberão um “nome novo” (Ap 2:17);
  • Só os vencedores receberão a “estrela da manhã” (Ap 2:28);
  • Só os vencedores serão vestidos de “vestiduras brancas”, tendo seus nomes mantidos no “livro da vida”, serão confessados “diante de Deus e dos anjos” (Ap 3:5);
  • Só os vencedores serão feitos “colunas no santuário do meu Deus” e neles será gravado “o nome do meu Deus” (Ap 3:12);
  • Só os vencedores sentar-se-ão “comigo no Meu trono” (Ap 3:21).

1. O tempo de angústia prévio

O tempo de angústia pelo qual deverá passar o povo de Deus ocorrerá em três momentos sucessivos, separados e distintos, envolvendo características peculiares a cada período.

O primeiro destes períodos é conhecido como Tempo de Angústia Prévio, pois ocorre antes do fechamento da porta da graça; momento em que se inicia o segundo período, conhecido como Tempo de Angústia, propriamente dito; e em seguida vem o Tempo de “Angústia de Jacó” – a mais terrível prova a ser enfrentada pelo Remanescente de Deus.

O Tempo de Angústia Prévio vem a ocorrer no momento da controvérsia entre o sábado versus domingo; entre o selo de Deus versus o selo da besta; em plena proclamação da Mensagem do Terceiro Anjo – o Alto Clamor.

É o momento em que a “segunda besta” – os Estados Unidos – faz uma “imagem à [primeira] “besta” – o papado (Apocalipse 13), inflamando-se uma crescente perseguição contra “os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.” Apocalipse 12:17.

“Vi que Deus tinha filhos que não reconheciam o sábado e não o guardavam. Eles não haviam rejeitado a luz sobre este ponto. E ao inicio do tempo de angústia fomos cheios do Espírito Santo ao sairmos para proclamar o sábado mais amplamente. […] Eu vi a espada, a fome, pestilência e grande confusão na Terra.” – Primeiros Escritos, 33.

“O ‘início do tempo de angústia’ ali mencionado, não se refere ao tempo em que as pragas começarão a ser derramadas, mas um breve período, pouco antes, enquanto Cristo está no santuário. […] Nesse tempo, enquanto a obra de salvação está se encerrando, tribulações virão sobre a Terra, e as nações ficarão iradas, embora contidas para não impedir a obra do terceiro anjo.” – Primeiros Escritos, 85.

É o momento do “princípio das dores”, ao qual se referiu Jesus:

Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em Meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo e enganarão  a muitos. E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos, em vários lugares; porém, tudo isto é o princípio, das dores. Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do Meu nome. Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros. […]  E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.” Mateus 24:4-12.

PARA REFLETIR
Não seria melhor decidir ser fiel agora, quando os ventos ainda são favoráveis, do que mais tarde, quando as circunstâncias forem desafiadoras e cruéis?

2. O tempo de angústia

Todos aqueles que receberem em sua fronte o “selo do Deus vivo”, passarão por uma experiência dramática antes de contemplarem o seu “Rei em Sua formosura.” Marcado por intenso desconforto físico e mental, este período será breve ou não seria possível ultrapassá-lo  – é o Tempo de Angústia.

Nesse tempo se levantará  Miguel, o grande  Príncipe, o defensor dos filhos do Teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo; mas naquele tempo será salvo o Teu povo, todo àquele que for achado inscrito no livro.” – Daniel 12:1.

A. Como será o tempo de angústia

Enquanto as sete últimas pragas estiverem a cair, os santos estarão protegidos delas, mas não da angústia, da dor, e do sofrimento. Não será uma prova simulada; cada um, dentre o povo de Deus, será um espetáculo para todos os mundos, no derradeiro ato do grande drama da história da redenção do homem.

“Deixando Ele [Jesus] o santuário, as trevas cobrem os habitantes da Terra. Naquele tempo terrível os justos devem viver à vista de um Deus santo, sem intercessor. Removeu-se a restrição que estivera sobre os ímpios, e Satanás tem domínio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes. Terminou a longanimidade de Deus: O mundo rejeitou a Sua misericórdia, desprezou-Lhe o amor, pisando Sua lei. Os ímpios passaram os limites de seu tempo de graça; o Espírito de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado. Desabrigados da graça divina, não têm proteção contra o maligno. Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade.” – O Grande Conflito, 614.

“Tremendas provas e aflições aguardam o povo de Deus. O espírito de guerra está incitando as nações de um a outro canto da Terra. Mas em meio ao tempo de angústia qual nunca houve desde que existe nação – o povo escolhido de Deus ficará inabalável. Satanás e sua hoste não os poderá destruir; pois anjos magníficos em poder protegê-los-ão.” – Testemunhos Seletos 3, 225.

B. Quando será o tempo de angústia

O inicio do Tempo de Angústia deverá ocorrer quando:

  • Findar o juízo pré-advento (investigativo);
  • Encerrar-se o ministério de Cristo no santuário celeste;
  • For concluída a Sacudidura;
  • Completar o número dos selados;
  • Iniciar-se a queda das Sete Últimas Pragas;
  • Findar o Tempo da Graça.

Como ocorre com a maioria das profecias escatológicas (do tempo do fim), esperamos que esta também seja para logo, e que apenas um breve tempo nos separe da almejada volta de Cristo. Ellen White utiliza expressões como “está iminente”, “está prestes”, “logo.” Sob algumas condições, claro.

“Está iminente o tempo em que se desencadeará  a perseguição contra os que proclamam a verdade.” – Testimonies 3, 391.

“O ‘tempo de angústia como nunca houve’ está prestes a manifestar-se sobre nós; e necessitaremos de uma experiência que agora não possuímos, e que muitos são demasiado indolentes para obter.” — O Grande Conflito, 622.

“O mundo está excitado pelo espírito de guerra. A profecia do capítulo onze de Daniel atingiu quase o seu cumprimento completo. Logo se darão as cenas de perturbação das quais falam as profecias.” – Testemunhos Seletos 3, 283.

“Quando o protestantismo estender os braços através do abismo a fim de dar uma mão ao poder romano e outra ao espiritismo, quando por influência dessa tríplice aliança, a América do Norte for induzida a repudiar todos os princípios de sua Constituição, que fizeram dela um governo protestante e republicano, e adotar medidas para a propagação dos erros e falsidades do papado, podemos saber que é chegado o tempo das operações maravilhosas de Satanás e que o fim está próximo.
Como a aproximação dos exércitos romanos foi um sinal para os discípulos da iminente destruição de Jerusalém, assim essa apostasia será para nós um sinal de que o limite da paciência de Deus está atingido, que as nações encheram a medida de sua iniquidade, e o anjo da graça está a ponto de dobrar as suas asas e partir desta Terra para não mais tornar.” – Testemunhos Seletos 2, 151.

Por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados.” – Mateus 24:22.

C. Fim do tempo da graça

Embora o Tempo de Angústia seja curto, este período terá du- ração suficiente para caírem as Sete Últimas Pragas, desfigurarem a Terra, e para ser organizada uma terrível perseguição civil-religiosa contra o Remanescente de Deus. Isso tudo deverá ocorrer entre o fim do tempo da graça e os momentos que antecedem o aparecimento do Senhor em Sua glória nas nuvens do Céu. Ou seja, entre o fim do tempo da graça e a volta de Jesus.

E quando terminará o tempo da graça?
— No exato instante em que Jesus Cristo encerrar o Seu ministério sacerdotal e cessar de interceder pelos pecadores no Santuário Celestial.

“Então vi Jesus, que havia estado a ministrar diante da arca, a qual contém os Dez Mandamentos, lançar o incensário. Levantou as mãos e com grande voz disse: ‘Está feito’.” – Primeiros Escritos, 279.

“Quando a obra de investigação se encerrar, examinados e decididos os casos dos que em todos os séculos professaram ser seguidores de Cristo, então, e somente então, se encerrará o tempo da graça, fechando-se a porta da misericórdia. Assim, esta breve sentença – “As que estavam preparadas entraram com Ele para as bodas, e fechou-se a porta” – nos conduz através do ministério final do Salvador, ao tempo em que se completará a grande obra para salvação do homem.” —O Grande Conflito 428.

“Um anjo que volta da Terra anuncia que a sua obra está feita; o mundo foi submetido à prova final, e todos os que se mostraram fiéis aos preceitos divinos receberam “o selo do Deus vivo. Cessa então Jesus de interceder no santuário celestial. Levanta as mãos e com grande voz diz: Está feito; e toda a hoste angélica depõe suas coroas, ao fazer Ele o solene aviso. “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc. 22:11. Todos os casos foram decididos para vida ou para morte.” — O Grande Conflito, 613.

“A crise aproxima-se furtivamente de nós. O Sol brilha no céu, fazendo seu giro habitual, e os céus declaram ainda a glória de Deus. Os homens ainda comem e bebem, plantam e constroem, casam e dão-se em casamento. Os comerciantes ainda compram e vendem. Os homens lutam uns contra os outros, contendendo pelas posições mais altas. Os amantes de prazeres enchem ainda os teatros, as corridas de cavalos, os antros de jogo. Prevalece a mais alta excitação, e no entanto está a terminar rapidamente a hora da graça, e todos os casos estão para ser eternamente decididos. Satanás vê que seu tempo é curto. Ele pôs em ação todas as suas instrumentalidades, para que os homens sejam enganados, iludidos, ocupados e embevecidos até ao dia da terminação da graça, quando a porta da misericórdia se fechará para sempre.” — Serviço Cristão, 51.

“Quando a presença de Deus se retirou, por fim, da nação judaica, sacerdotes e povo não o sabiam. Posto que sob o domínio de Satanás, e governados pelas paixões mais horríveis e perniciosas, consideravam-se ainda como os escolhidos de Deus. Continuou o ministério no templo; ofereciam-se sacrifícios sobre os altares poluídos, e diariamente a bênção divina era invocada sobre um povo culpado do sangue do querido Filho de Deus, e empenhado em matar Seus ministros e apóstolos. Assim, quando a decisão irrevogável do santuário houver sido pronunciada, e para sempre tiver sido fixado o destino do mundo, os habitantes da Terra não o saberão. As formas da religião continuarão a ser mantidas por um povo do qual finalmente o Espírito de Deus Se terá retirado; e o zelo satânico com que o príncipe do mal os inspirará para o cumprimento de seus maldosos desígnios, terá a semelhança do zelo para com Deus.” — O Grande Conflito, 615.

“Voltei-me, para ver o grupo que estava curvado perante o trono; eles não sabiam que Jesus os havia deixado. Satanás parecia estar junto ao trono, procurando conduzir a obra de Deus. Vi-os erguer os olhos para o trono e orar. ‘Pai, dá-nos o Teu Espírito’. Satanás inspirava-lhes uma influência malévola, nela havia luz e muito poder, mas não suave amor, gozo e paz.” – Primeiros Escritos, 56.

PARA REFLETIR
Muitos vivem uma religião tão superficial que não perceberão o fim do tempo da graça. Qual o seu caso? Sua religião vai bem ou precisa de mais profundidade?

3. “Angústia de Jacó”

A angústia dos santos se agrava por ocasião do “decreto dominical”, quando Satanás começa a arregimentar todas as suas forças contra o povo de Deus. O Tempo de Angústia Prévio une-se ao Tempo de Angústia, propriamente dito, quando as Sete Pragas começam a cair e fecha a porta da graça, e este vai crescendo em sua intensidade, até alcançar o seu clímax, no momento mais dramático e desesperador para o povo de Deus, conhecido como “Angústia de Jacó.”

O Tempo de “Angústia de Jacó” acontece entre o “decreto de morte” e o “livramento dos justos” através das intervenções maravilhosas de Deus, um pouquinho antes do aparecimento de Cristo, em Sua segunda vinda (O Grande Conflito, 615, 640).

A essa altura, a porta da graça já estará fechada, os que sofrem a “Angústia de Jacó” já estarão selados, completamente  salvos; mas eles não têm certeza disso, ou não querem confiar nisso. Afinal, a porta da graça não faz barulho quando fecha. Portanto, eles preferem  continuar buscando o fortalecimento de sua espiritualidade, na última e mais desesperadora luta da fé.

O Espírito Santo já terá sido retirado da Terra; Sua obra de intercessão completada; os homens agora estarão entregues a espíritos de demônios e passarão a agir como feras selvagens, não reconhecerão seus parentes, amigos, nem seus ex-irmãos de fé.

E haverá  um tempo de angústia, qual nunca houve desde que houve nação até àquele tempo.” – Daniel 12:11.

“Quando vier este tempo de angústia, todo caso estará decidido; não mais haverá graça, nem misericórdia para o impenitente. O selo do Deus vivo estará sobre o Seu povo. Estes poucos remanescentes, incapazes de se defenderem no conflito mortal com os poderes da Terra; arregimentados pela hoste do dragão, fazem de Deus a sua defesa. Pela mais elevada autoridade  terrestre foi feito o decreto para que, sob pena de perseguição e morte, adorem a besta e recebam seu sinal. Queira Deus auxiliar Seu povo agora, pois sem Sua assistência, que poderão eles fazer naquele tempo, em tão terrível conflito?” – Testemunhos Seletos 2, 67.

“O povo de Deus será então imerso naquelas cenas de aflição e angústia descritas pelo profeta como o tempo de angústia de Jacó. ‘Assim diz o Senhor: Ouvimos uma voz de tremor, de temor mas não de paz. … Por que se têm tornado macilentos todos os rostos? Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! e é tempo de angústia para Jacó; ele porém será livrado dela.’ Jer. 30:5-7.” — O Grande Conflito, 616.

PARA REFLETIR
Muitos estão apenas aguardando a situação se agravar para tomar uma decisão e mudar de vida. Seria este o seu caso?

4. Razões para o tempo de angústia

A “ira das nações” se intensifica com a queda das Sete Últimas Pragas e, baseados nesse pretexto, os ímpios, de forma organizada, lançam-se em perseguição à igreja de Deus incrementando a singularidade deste período.

“Vi que os quatro anjos segurariam os quatro ventos até que a obra de Jesus estivesse terminada no santuário, e então viriam as sete últimas pragas. Estas pragas enfureceram os ímpios contra os justos, pois pensavam que nós havíamos trazido os juízos divinos sobre eles, e que se pudessem livrar a Terra de nós, as pragas cessariam. Saiu um decreto para se matarem os santos, o que fez com que estes clamassem dia e noite por livramento. Este foi o tempo de angústia de Jacó.” – Primeiros Escritos, 36.

Mesmo permitindo a liberação da fúria dos ímpios, o Senhor dirige o processo e dele se utiliza para ensinar ao Seu povo as últimas e necessárias lições.

“O Céu terá sido barato se o obtivermos através do sofrimento. Precisamos negar o eu ao longo de todo o caminho, morrer para o eu diariamente, deixar que somente Jesus apareça e ter em vista continuamente a Sua glória. Vi que os que ultimamente têm abraçado a verdade terão que aprender o que é sofrer por amor de Cristo, que terão provas a suportar, provas que serão agudas e cortantes, a fim de que sejam purificados e pelo sofrimento capacitados a receber o selo do Deus vivo, a passar pelo tempo de angústia, ver o Rei em Sua formosura e estar na presença de Deus e de anjos santos, puros.” – Primeiros Escritos, 67.

Algumas possíveis razões para explicar o Tempo de Angústia a ser vivido pelo povo remanescente:

A. Provar e purificar a experiência dos santos

Considerando que o Tempo de Angústia começa antes do fechamento da porta da graça, as provas farão brotar a hipocrisia e a diferença entre os fiéis e os falsos irmãos. Se vai haver uma prova é porque, certamente, alguns não estão preparados para superá-la e serão rejeitados.

“Os assaltos de Satanás são cruéis e decididos, seus enganos, terríveis; mas os olhos do Senhor estão sobre o Seu povo, e Seu ouvido escuta-lhes os clamores. Sua aflição é grande, as chamas da fornalha parecem prestes a consumi-los; mas Aquele que os refina e purifica, os apresentará como ouro provado no fogo.” — O Grande Conflito, 621.

“Logo o povo de Deus será provado com ardentes provas, e a grande proporção dos que agora parecem genuínos e verdadeiros, demonstrar-se-á metal vil. Em vez de se fortalecerem e confirmarem com a oposição, as ameaças e abusos, tomarão covardemente o lado dos oponentes.” – Testemunhos Seletos 2, 31.

Outros, porém, confirmarão a sua soberana vocação, não sem temor e tremor, e muita fé em Deus.

“Acham-se cercados de dificuldades. Satanás os assalta com cruéis tentações. A obra que empreenderam parece muito além de sua habilidade para levarem a termo. Estão quase a sucumbir. Foi-se o entusiasmo que os animava; contudo, não podem voltar. Então, sentindo o seu completo desamparo, se refugiam nAquele que é poderoso, em busca de auxílio. Lembram-se de que as palavras que falaram não eram suas, mas dAquele que os mandou dar a advertência. Deus lhes pôs a verdade no coração, e não poderiam eximir-se de proclamá-la.” — O Grande Conflito, 609.

B. Aperfeiçoar a fé dos santos

“Os que agora exercem pouca fé, correm maior perigo de cair sob o poder dos enganos de Satanás, e do decreto que violentará a consciência. E mesmo resistindo à prova, serão imersos em uma angústia, porque nunca adquiriram o hábito de confiar em Deus. As lições da fé as quais negligenciaram, serão obrigados a aprender sob a pressão terrível do desânimo.” — O Grande Conflito, 622.

C. Eliminar a natureza terrena dos santos

“O amor de Deus para com os Seus filhos durante o período de sua mais intensa prova, é tão forte e terno como nos dias de sua mais radiante prosperidade; mas é necessário passarem pela fornalha de fogo; sua natureza terrena deve ser consumida para que a imagem de Cristo possa refletir-se perfeitamente.” — O Grande Conflito, 621.

Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” 1 João 2:15.

D. Exercitar a fé, a esperança e a paciência dos santos

“O povo de Deus deve beber o cálice e ser batizado com o batismo. A própria demora, para eles tão penosa, é a melhor resposta às suas petições. Esforçando-se por esperar confiantemente que o Senhor opere, são levados a exercitar a fé, esperança e paciência, que muito pouco foram exercitadas durante sua experiência religiosa.” — O Grande Conflito, 630.

E. Qualificar singularmente a experiência dos 144.000

“Ninguém, a não ser os cento e quarenta e quatro mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência e nunca ninguém teve experiência semelhante. […] Estes, tendo sido transladados da Terra, dentre os vivos, são tidos como as ‘primícias para Deus e para o Cordeiro’. Apocalipse 14:1-5; 15:3. […] Passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve desde que houve nação; suportaram a aflição do tempo da angústia de Jacó.” – O Grande Conflito, 648.

Aqueles que, dentre o povo de Deus, por alguma debilidade qualquer, não suportariam  as terríveis provas do Tempo de Angústia de Jacó, o Senhor os levará antes ao descanso.

“Muitos irão para o descanso antes que venham as terríveis provas do tempo de angústia sobre o mundo. Esta é outra razão por que devemos dizer ao terminar nossa fervente súplica: ‘Todavia não se faça a minha vontade, mas a Tua.’ (Lucas 22:42).” — Conflito dos Séculos, 375.

“Bem aventurados  os mortos que desde agora morrem  no Senhor.” Apocalipse 14:13.

PARA REFLETIR
Você se considera um dos 144.000? Se não, o que lhe falta e o que você fará a respeito a partir de agora?

5. Características do tempo de angústia de Jacó

O termo “Angústia de Jacó”, aplicado pelo profeta Jeremias ao antigo Israel (30:7), e por Ellen White ao Israel moderno, encontra sua origem em Gênesis 32:22-32. Este texto narra a dramática experiência do patriarca a lutar com Deus e clamar por Sua bênção.

“A experiência de Jacó durante aquela noite de luta e angústia, representa a prova pela qual o povo de Deus deverá passar precisamente antes da segunda vinda de Cristo.” — Patriarcas e Profetas, 201.

A angústia de Jacó foi de natureza física, espiritual e mental; assim se repetirá na experiência do remanescente.

A. Angústia física

Acossados pelos ímpios, os cristãos buscarão os refúgios de outrora, numa dolorosa recordação da história. Esta angústia física se caracterizará  pela perseguição, pelas privações de ordem material e pelo padecimento físico nos cárceres  das prisões. Os crentes voltarão aos lugares ermos, aos desertos, às cavernas e às montanhas, fugindo da ira dos ímpios e buscando a proteção do Altíssimo.

“Quando o decreto promulgado pelos vários governantes  da cristandade contra os observadores dos mandamentos lhes retirar a proteção do governo, abandonando-os aos que lhes desejam a destruição, o povo de Deus fugirá das cidades e vilas e reunir-se-á em grupos, habitando nos lugares mais desertos e solitários. Muitos encontrarão refúgio na fortaleza das montanhas. Semelhantes aos cristãos dos vales do Piemonte, dos lugares altos da Terra farão santuários, agradecendo a Deus pelas ‘fortalezas das rochas’. (Isaías 33:16). Muitos, porém, de todas as nações, e de todas as classes, elevadas e humildes, ricos e pobres, negros e brancos, serão arrojados na escravidão mais injusta e cruel. Os amados de Deus passarão dias penosos, presos em correntes, retidos pelas barras da prisão, sentenciados à morte, deixados alguns aparentemente para morrer à fome nos escuros e nauseabundos calabouços. Nenhum ouvido humano lhes escutará os gemidos; mão humana alguma estará pronta para prestar-lhes auxilio.” –  O Grande Conflito, 626.

B. Angústia espiritual

Enquanto se demora o livramento de Deus, os santos se angustiam no espírito, desejosos de verem confirmada a sua salvação.

“Logo vi os santos sofrendo grande angústia de espírito. Pareciam cercados pelos ímpios habitantes da Terra. Todas as aparências eram contra eles. Alguns começaram a recear que finalmente Deus os houvesse deixado para perecer pelas mãos dos ímpios.
Foi uma hora de angústia medonha, terrível, para os santos. Dia e noite clamavam a Deus, pedindo livramento. Quanto à aparência exterior, não havia possibilidade de escapar. Os ímpios já tinham começado a triunfar, clamando: ‘Por que vosso Deus não vos livra de nossas mãos? Por que não ascendeis ao Céu, e salvais a vossa vida?’ Mas os santos não lhes prestavam atenção.” – Primeiros Escritos, 283.

“Embora o povo de Deus esteja rodeado de inimigos que se esforçam por destruí-lo, a angústia que sofrem não é, todavia, o medo da perseguição por causa da verdade; receiam não se terem arrependido de todo pecado, e que […] não se cumpra a promessa do Salvador. […] Sua fé não desfalece por não serem suas orações de pronto atendidas. Sofrendo embora a mais profunda ansiedade, terror e angústia, não cessam as suas intercessões. Apoderam-se da força de Deus como Jacó se apoderara do Anjo; e a linguagem de sua alma é: “Não Te deixarei ir, se me não abençoares.”” O Grande Conflito, 619.

C. Angústia mental

Decorrente da angústia física e espiritual, os crentes também padecerão de profunda angústia mental. A tensão, a incerteza e as pressões sofridas os levariam à loucura, não fossem as cuidadosas providências de Deus.

“O povo de Deus – alguns nas celas das prisões, outros escondidos nos retiros solitários das florestas e montanhas – pleiteia ainda a proteção divina, enquanto por toda parte grupo de homens armados, instigados pelas hostes de anjos maus, se estão preparando para a obra de morte.” Eventos Finais, 270.

D. Um dever em face do tempo de angústia

A raiz de todos os males existentes na igreja de Laodicéia é sua riqueza a lhe inspirar orgulho e autoconfiança. O povo do advento precisa urgentemente de uma reforma em relação ao uso dos bens que possui ou almeja possuir. A sociedade extremamente materialista, na qual vivemos, parece exigir, de forma quase irresistível, que adquiramos bens terrenos, acumulemos  posses e recursos materiais, sem os quais não sobreviveríamos. Alguns têm um pensamento romântico acerca do tempo do fim, e pensam em adquirir propriedades para segurança e conforto no tempo da perseguição. O profeta adverte contra este equívoco.

“O Senhor tem-me mostrado repetidamente que é contrário à Bíblia fazer qualquer provisão para o tempo de angústia. Vi que se os santos tivessem alimento acumulado por eles no campo no tempo de angústia, quando a espada, a fome e pestilência estão na Terra, seria tomado deles por mãos violentas e estranhos ceifariam os seus campos. […]

Casa e terras serão de nenhuma utilidade para os santos no tempo de angústia, pois terão de fugir diante de turbas enfurecidas, e nesse tempo suas posses não poderão ser liberadas para o avançamento da causa da verdade presente. […]

Ouvi alguém lamentar assim:  ‘A Causa estava definhando, o povo de Deus estava perecendo de fome pela verdade, e nenhum esforço fizemos para suprir a falta; agora nossa propriedade de nada vale. Oh, se tivéssemos permitido que ela se fosse e acumulado tesouro no Céu? – Primeiros Escritos, 56-57.

Se eles puserem sua propriedade  no altar do sacrifício e ferventemente inquirirem de Deus quanto ao seu dever, Ele lhes ensinará sobre quando dispor dessas coisas. Então estarão livres no tempo de angústia, sem nenhum estorvo para sobrecarregá-los. […] Vi também que Deus não requeria que todo o Seu povo dispusesse de suas propriedades ao mesmo tempo; mas se desejassem ser ensinados, Ele os ensinaria, em tempo de necessidade, quando vender e quanto vender.” – Primeiros Escritos, 56-57..

Conclusão

Urge que nos preparemos para este tempo, agora! Jacó lutou com Deus, e venceu; trocou a derrota pela vitória; trocou de nome e de destino. O mesmo ocorrerá conosco se confiarmos no Senhor.

“Vi que Deus estava estendendo uma cobertura sobre o Seu povo a fim de protegê-lo no tempo de angústia; e que cada alma que se decidia pela verdade e era pura de coração devia ser coberta com a proteção do Todo-poderoso.” – Primeiros Escritos, 43.

PARA REFLETIR
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