A volta de Cristo


Há por aí um livro cujo título é “Dizem que Jesus voltou esta noite”. Dá a ideia de que o mundo, embora mergulhado em caos, continuará existindo, após uma suposta e secreta vinda de Cristo. Sabemos que essas palavras jamais poderão ser pronunciadas por ocasião da Sua volta. A Bíblia diz que o nosso Deus vem e “não guarda silêncio” (Salmo 50:3), “e todo olho O verá” (Apocalipse 1:7).

Vindo para o agora, pensamos: claro que Jesus não voltou esta noite! Sim, mas, a questão é: e se Ele tivesse voltado, onde eu es- taria hoje? Na claridade do Céu, ou na escuridão das sepulturas?

Conhecida pelos cristãos como a “bendita esperança”, a vinda de Cristo não será um acontecimento que o mundo ficará sabendo pela imprensa. Sua vinda, jamais poderá ser negada, dissimulada ou esquecida. As marcas de um Deus poderoso ficarão na superfície da Terra, e o Seu nome que é Santo estará na fronte dos remidos, que subirão ao Céu, casa de Deus, diante do clamor dos ímpios, rugido das feras e espanto dos demônios.

1. Prepara-se a última batalha

Antes que Cristo volte, uma grande batalha será travada, envolvendo o Céu e a Terra. Arregimentando  suas hostes, as forças confederadas do mal logo entrarão em cena para o último conflito entre a verdade e o erro.

“Um terrível conflito está diante de nós. Aproximamo-nos da batalha do grande dia do Deus todo-poderoso. O que tem estado contido será posto em liberdade. O anjo da misericórdia está dobrando suas asas, preparando-se para descer do trono, abandonando assim o mundo ao governo de Satanás.” – Review and Herald, 13 de maio de 1901, 9.

“Terríveis cenas de caráter sobrenatural logo se manifestarão nos céus, como indício do poder dos demônios, operadores de prodígios. Os espíritos diabólicos sairão aos reis da Terra e ao mundo inteiro, para segurá-los no engano, e forçá-los a se unirem a Satanás em sua última luta contra o governo do Céu. Mediante estes agentes, serão enganados tanto governantes como súditos. Levantar-se-ão pessoas pretendendo ser o próprio Cristo e reclamando o título e culto que pertencem ao Redentor do mundo. Efetuarão maravilhosos prodígios de cura, afirmando terem recebido do Céu revelações que contradizem o testemunho das Escrituras.” — O Grande Conflito, 624.

“São espíritos  de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro  dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus todo-poderoso!” — Apocalipse 16:14.

Usando toda a sua sagacidade e experiência desde o Éden, Satanás se prepara para a sua “obra prima” – falsificar a volta de Cristo.

“Como ato culminante no grande drama do engano, o próprio Satanás personificará Cristo. A igreja tem há muito tempo professado considerar o advento do Salvador como a realização de suas esperanças. Assim, o grande enganador fará parecer que Cristo veio. Em várias partes da Terra, Satanás se manifestará entre os homens como um ser majestoso, com brilho deslumbrante, assemelhando-se à descrição do Filho de Deus dada por João no Apocalipse (cap. 1:13-15). A glória que o cerca não é excedida por coisa alguma que os olhos mortais já tenham contemplado. Ressoa nos ares a aclamação de triunfo: “Cristo veio! Cristo veio!” O povo se prostra em adoração diante dele, enquanto este ergue as mãos e sobre eles pronuncia uma bênção, assim como Cristo abençoava Seus discípulos quando aqui na Terra esteve. Sua voz é meiga e branda, cheia de melodia. Em tom manso e compassivo apresenta algumas das mesmas verdades celestiais e cheias de graça que o Salvador proferia; cura as moléstias do povo, e então, em seu pretenso caráter de Cristo, alega ter mudado o sábado para o domingo, ordenando a todos que santifiquem o dia que ele abençoou. Declara que aqueles que persistem em santificar o sétimo dia estão blasfemando de Seu nome, pela recusa de ouvirem Seus anjos à eles enviados com a luz e a verdade. É este o poderoso engano, quase invencível.” — O Grande Conflito, 624.

O povo de Deus, porém, não será enganado, pois sabiam desta manobra do Diabo, e também das suas limitações ao tentar imitar a volta de Cristo.

“E, demais, não será permitido a Satanás imitar a maneira do advento de Cristo. O Salvador advertiu Seu povo contra o engano neste ponto, e predisse claramente o modo de Sua segunda vinda. “Surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. … Portanto se vos disserem: Eis que Ele está no deserto, não saiais; eis que Ele está no interior da casa, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra até ao Ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.” Mateus 24:24-27. Não há possibilidade de ser imitada esta vinda. Será conhecida universalmente, testemunhada pelo mundo inteiro.” — O Grande Conflito, 625.

PARA REFLETIR
O plano de Satanás é enganar os escolhidos. Você corre algum risco de ser enganado sobre a volta de Cristo?

2. Planos para destruir o povo de Deus

“A hora mais negra da luta da igreja com os poderes do mal, é a que imediatamente precede o dia do seu livramento final.” – Profetas e Reis, 725.

Antecedendo  esse dia, homens e demônios, elaboram planos diabólicos, a serem executados num momento específico, contra os guardadores da Lei de Deus.

“Vi então os principais homens da Terra consultando entre si, e Satanás e seus anjos ocupados em redor deles. Vi um escrito, exemplares do qual foram espalhados nas diferentes partes da Terra, dando ordens para que se concedesse ao povo liberdade para depois de certo tempo matar os santos, a menos que estes renunciassem sua fé peculiar, abandonassem o sábado e guardassem o primeiro dia da semana.” – Primeiros Escritos, 282.

Nesse período será elaborado o “decreto de morte”, e planejado o dia de sua execução.

“Quando a proteção das leis humanas for retirada dos que honram a lei de Deus, haverá, nos diferentes países, um movimento simultâneo com o fim de destruí-los. Aproximando-se o tempo indicado no decreto, o povo conspirará para desarraigar a odiada seita. Resolver-se-á dar em uma noite um golpe decisivo, que faça silenciar por completo a voz de dissentimento e reprovação.
O povo de Deus — alguns nas celas das prisões, outros escondidos nos retiros solitários das florestas e montanhas pleiteia ainda a proteção divina, enquanto por toda parte grupos de homens armados, instigados pelas hostes de anjos maus, se estão preparando para a obra de morte.” —O Grande Conflito, 635.

Ao aguardar o Senhor o momento oportuno para manifestação do Seu poder, os ímpios se tornarão mais ousados e se entregam  a uma animalesca zombaria contra Deus e Seu povo.

“Foi uma hora de angústia medonha, terrível, para os santos. […] Os  ímpios já tinham começado a triunfar, clamando: ‘Por que vosso Deus não vos livra de nossas mãos? Por que não ascendeis aos céus, e salvais a vossa vida?’” – Primeiros Escritos, 283.

Houvesse Deus permitido, os ímpios teriam se antecipado ao dia de execução do decreto de morte, e matado a muitos dos fiéis cristãos. O Senhor, porém, tinha em mente outro plano.

“Se o sangue das fiéis testemunhas de Cristo fosse derramado nessa ocasião, não seria como o sangue dos mártires, qual semente lançada a fim de produzir uma colheita para Deus. Sua fidelidade não seria testemunho para convencer outros da verdade; pois que o coração endurecido rebateu as ondas de misericórdia até não mais voltarem. Se os justos fossem agora abandonados para caírem como presa de seus inimigos, seria um triunfo para o príncipe das trevas.” — O Grande Conflito, 634.

Este é o limite do poder das trevas. Até aqui reinou o mal. De agora em diante, Deus se interpõe entre os ímpios e Seus filhos, impede que estes sejam tocados e começa a consolar o Seu povo, assim:

“Eles serão Meus, diz o Senhor dos exércitos, naquele dia que farei serão para Mim particular  tesouro; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.” — Malaquias 3:17.

“Vai, pois, povo Meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o Senhor sairá do Seu lugar, para castigar os moradores da Terra, por causa da sua iniqüidade.” — Isaías 26:20 e 21.

PARA REFLETIR
O maior sermão sobre a segunda vida de Cristo é o preparo da igreja. Como sua igreja está vivendo essa Verdade?

3. Livramento e triunfo do povo de Deus

Os papéis, agora, começam a se inverter. O Todo-poderoso entra em cena para arrebatar o Seu povo das mãos assassinas dos infiéis.

“Glorioso será o livramento dos que pacientemente esperaram pela Sua vinda, e cujos nomes estão escritos no livro da vida.” — O Grande Conflito, 634.

“Com brados de triunfo, zombaria e imprecação, multidões de homens maus estão prestes a cair sobre a presa, quando, eis, um denso negror, mais intenso do que as trevas da noite, cai sobre a Terra. Então o arco-íris, resplandecendo com a glória do trono de Deus, atravessa os céus, e parece cercar cada um dos grupos em oração. As multidões iradas subitamente se detêm. Silenciam seus gritos de zombaria. É esquecido o objeto de sua ira sanguinária. Com terríveis pressentimentos contemplam o símbolo da aliança de Deus, anelando pôr-se ao amparo de seu fulgor insuperável.” — O Grande Conflito, 635.

Nesse dia o pecado já não será mais atrativo, mas será percebido na enormidade de sua hediondez. Será então reconhecido como a causa e a razão de todos os fracassos, inclusive o maior deles, a perdição!

“Então verás outra vez a diferença entre o justo e o ímpio,  entre o que serve a Deus, e o que O não serve.” Malaquias 3:18.

Eis a diferença:

“Foi à meia-noite que Deus preferiu livrar o Seu povo. Estando os ímpios a fazer zombarias em redor deles, subitamente apareceu o Sol, resplandecendo em sua força e a Lua ficou imóvel. Os ímpios olhavam para esta cena com espanto, enquanto os santos viam, com solene alegria, os indícios de seu livramento. Sinais e maravilhas seguiam-se em rápida sucessão. Tudo parecia desviado de seu curso natural. Os rios deixavam de correr. Nuvens negras e pesadas subiam e batiam umas nas outras. Havia, porém, um lugar claro de uma glória fixa, donde veio a voz de Deus, semelhante a muitas águas, abalando os céus e a Terra. Houve um grande terremoto. As sepulturas se abriram e os que haviam morrido na fé da mensagem do terceiro anjo, guardando o sábado, saíram de seus leitos de pó, glorificados, para ouvir o concerto de paz que Deus deveria fazer com os que tinham guardado a Sua lei.” — Primeiros Escritos, 285.

“A voz de Deus é ouvida no Céu, declarando o dia e a hora da vinda de Jesus e estabelecendo concerto eterno com Seu povo. Semelhantes a estrondos do mais forte trovão, Suas palavras ecoam pela Terra inteira. O Israel de Deus fica a ouvir, com o olhar fixo no alto. Têm o semblante iluminado com a Sua glória, brilhante como o rosto de Moisés quando desceu do Sinai. Os ímpios não podem olhar para eles. E, quando se pronuncia a bênção sobre os que honraram a Deus, santificando o Seu sábado, há uma grande aclamação de vitória.
Surge logo no Oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente da metade do tamanho da mão de um homem. É a nuvem que rodeia o Salvador, e que, a distância, parece estar envolta em trevas. O povo de Deus sabe ser esse o sinal do Filho do homem. Em solene silêncio fitam-na enquanto se aproxima da Terra, mais e mais brilhante e gloriosa, até se tornar grande nuvem branca, mostrando na base uma glória semelhante ao fogo consumidor e encimada pelo arco-íris do concerto. Jesus, na nuvem, avança como poderoso vencedor. Agora, não como “Homem de dores”, para sorver o amargo cálice da ignomínia e miséria, vem Ele vitorioso no Céu e na Terra para julgar os vivos e os mortos. “Fiel e verdadeiro”, Ele “julga e peleja em justiça.” E “seguiram-nO os exércitos no Céu.” Apocalipse 19:11, 14. Com antífonas de melodia celestial, os santos anjos, em vasta e inumerável multidão, acompanham-nO em Seu avanço. O firmamento parece repleto de formas radiantes — “milhares de milhares, milhões de milhões.” Nenhuma pena humana pode descrever esta cena, mente alguma mortal é apta para conceber seu esplendor. “A Sua glória cobriu os céus e a Terra encheu-se do Seu louvor. E o Seu resplendor era como a luz.” Habacuque 3:3, 4. Aproximando-se ainda mais a nuvem viva, todos os olhos contemplam o Príncipe da vida. Nenhuma coroa de espinhos agora desfigura a sagrada cabeça, mas um diadema de glória repousa sobre a santa fronte. O semblante divino irradia o fulgor deslumbrante do Sol meridiano. “E no vestido e na Sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores’.”  Apocalipse 19:16.” — O Grande Conflito, 640.

Conclusão

Que glorioso momento será este para a igreja de Deus! Que glorioso momento nos espera!

“A linguagem é demasiadamente fraca para tentar uma descrição do Céu. Apresentando-se diante de mim aquela cena, fico inteiramente absorta. Enlevada pelo insuperável esplendor e excelente glória, deponho a pena e exclamo: “Oh, que amor! que amor maravilhoso!” A linguagem mais exaltada não consegue descrever a glória do Céu, ou as profundidades incomparáveis do amor de um Salvador. ” — Primeiros Escritos, 289.

Partilhemos da alegria e emoção dos profetas e clamemos com eles:

“Ora, vem, Senhor Jesus!” — Apocalipse 22:20.

PARA REFLETIR
Estar informado sobre a volta de Cristo não significa estar preparado. Qual a sua situação hoje: informado ou preparado?

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